Mariposa
Reparei nela porque estava encostada junto à porta e deu uma risada alta, sem companhia que lhe disfarçasse a doidice. Quando o metro parou, esta mulher que alguns chamariam “madura” passou por mim a correr e subiu a estrada na leveza da corrida e dos saltinhos, rematada pelos braços simulando um bater de asas. Só podia ir para o mesmo sítio que eu, ela marcando o ritmo por fora, eu balançando-me por dentro, conhecedoras ambas do mesmo segredo. Um sítio onde ainda há contrastes que encaixam, alguém que conduz, outro que se deixa conduzir. Simples assim, feliz assim. Também aí é o todo maior.