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Na Pegada do Silêncio

" ‘You are a lover of silence’, he said". H. W. L. Poonja

" ‘You are a lover of silence’, he said". H. W. L. Poonja

Na Pegada do Silêncio

11
Out25

Malhas

Sónia Quental

 

         Era muito criança, ensinaram-me a fazer malha. Como é fácil imaginar, não havia outras meninas na pré-escola com tal ocupação, concentradas no ponto de liga e no ponto de meia – antes entretidas com as casas das bonecas. Tristemente, a malha não vingou e os dotes femininos terminaram aí. Talvez pela ocupação bizarra, foi a idade em que tive o primeiro cinturão de meninos à volta, dispostos a bater nas outras meninas por mim. A professora zangou-se. Pus-me de cócoras, decidida a treinar para ser invisível. Assim caminhei por penitência oferecida – até desmanchar a malha e o engano.

 

-

 

Tentaram muito

ensinar-me a ser humilde. Tentei

muito aprender e saber.

Só o cabelo aproveitou a lição, caindo-me

com uma alegria danada.

 

Ao fim e ao cabo, a humildade não pegou,

mas o cabelo renasce corado, de pé.

 

02
Jul25

Rasgar o filtro

Sónia Quental

Pensei que se esforçavam para nos curarem da infância. Curar a infância. Pensava assim. Estávamos como que enfermos daquela maleita e a precisar de regimes rigorosos para que nos puséssemos ao caminho da lucidez que só acontecia aos adultos.

Valter Hugo Mãe

 

 

         Antes de ser apresentada à Polícia do Pensamento propriamente dita, conheci-a por outros nomes e parentescos – um deles, a Polícia da Emoção, treinou-me para o decoro absoluto. Era mais fácil para mim arrumar a casa do que dar fé das emoções espalhadas por todo o lado, a foguear nos olhos, a formatar as palavras, a ver-se no corpo como quando tive sarampo e já não me lembro, porque só me lembro da papeira, que foi a coisa mais inaudita que apanhei sem querer.

         A Polícia da Emoção só me deixava ficar triste se o Porto perdesse. Não era caso que me desse tristeza, nem na idade curta em que o futebol me entusiasmou. Tinha tristeza por coisas maiores; as alegrias eram mais miúdas, mas também apareciam. A emoção não se podia notar demasiado e o pensamento tinha de seguir a versão oficial. Ou então calar. Fui dessas que foram calando. E calando e calando. E afinando o tom. Calando de voz e calando de escrita, porque me saíam inconveniências ainda maiores quando tinha ao alcance o dicionário e os livros. Acho que se arrependeram de me dar armas assim, embora fossem úteis para me pôr em sossego na época em que não havia aparelhos de entreter. Calar momentaneamente, enquanto lia e copiava palavras que mais ninguém da minha idade conhecia, incluindo os professores.

         Na altura, ainda não se falava de curadoria, mas em retrospetiva vejo que era muito curada, mesmo quando não tinha doença aparente. O escândalo era maior quando contava coisas ao papel, para não incomodar as pessoas, e as pessoas se incomodavam na mesma depois de procurarem por ele e o acharem. A Polícia da Emoção não aparecia nessas alturas, quando os adultos buliam, porque eram eles que mandavam nela. A polícia eram os adultos, que mudavam as regras de um dia para o outro, segundo uma lógica indecifrável.

         Tremia de medo de que me perguntassem o que queria ser quando me fizesse grande. Ser grande era uma possibilidade que tinha tanto de improvável quanto de fantástico. Poderia talvez juntar-me aos donos da polícia e decidir do governo do mundo. Não aconteceu. Desde que me pus a caminho de maior, vejo aos poucos a razão disso: sacudir a voz dos sufocos. Rasgar o filtro, todos os filtros. Salvar, como um náufrago, a palavra “não” que ficou perdida nos idos do papel, esmagada pela borracha da curadoria.

 

07
Jun25

Palato

Sónia Quental

         Ensinaram-me a calar-me para manter a paz. A engolir o que sentia, embrulhado com o arroz seco de domingo, que durava a semana toda. Ensinaram-me a sorrir para a fotografia (mas isso não aprendi). Ensinaram-me a falar baixo, a não incomodar. Não ocupar espaço. Ensinaram-me a ser responsável, a levar às costas o meu fardo e o dos outros, tal era a minha eficiência. Ensinaram-me que esse era o preço da responsabilidade. Ensinaram-me a ser a minha própria mãe e o meu próprio pai – e os dos outros também. Ensinaram-me que precisava de adoecer se queria que cuidassem de mim. Ensinaram-me que tinha de ser a melhor para merecer uma aprovação sumida. Ensinaram-me que mesmo assim os outros seriam sempre melhores. Ensinaram-me que só a crítica merecia voz, porque os elogios estavam implícitos. Ensinaram-me a ser boazinha, a não reclamar. Ensinaram-me que a verdade não era para se ver, menos ainda para se dizer. Ensinaram-me a ser bem-educada, a aguentar mais, exigir menos.

         Habituaram-me a ficar para depois. Habituaram-me a ser esquecida: num tanque, numa eira, no meio de gente que falava alto e reclamava e não se importava de incomodar. Gente que tinha mãe e pai de seu próprio direito, que não se cansavam de fazer vénias à própria prole. Assim cada um ocupava o seu lugar: os que escondiam os quilates que lhes sobravam e os que empolavam os predicados que não tinham.

         Educaram-me para ser palatável, uma palavra que me ficou a ecoar no pensamento quando a ouvi por estes dias. Depois de tanta pedagogia, tem sido uma vida a redescobrir a minha paleta de sabores, desmanchar tudo o que não devia ter aprendido. Agora sei que não basta desaprender uma vez e que é preciso lembrar muitas vezes que não tenho de agradar a outros palatos. Amor que o peça não é digno de mim.

 

Juncos verdes - B&W.jpg

Fotografia: 2021 © Francisco Amaral – Todos os direitos reservados

 

07
Mai25

Caixa de furos

Sónia Quental

         A sorte, a surpresa, o sabor. Eram os ingredientes da caixa de furos de chocolate que tenho arrumada na infância, com as bolas coloridas que davam direito a dias raros de recompensa. O chocolate que saía tinha a sua importância, mas eram o jogo e o elemento do desconhecido que alimentavam a antecipação.

       Ficou-me a nostalgia da caixa de surpresas com o aroma a chocolate, misturado com o boletim do totoloto, os torrões duros de amendoim e o ambiente sombrio dos cafés onde o balcão era mais alto do que a minha cabeça – mas também a lembrança das surpresas felizes, sobretudo as que estavam associadas a pequenas aventuras gustativas.  No mundo físico, não é por terras que viajo, mas por cheiros e sabores. Se o chocolate é uma categoria propícia à exploração, o chá é outra. A tradição e a curiosidade levaram-me a investigar a oferta londrina quando a oportunidade se deu. Ao desconsolo inicial da falta de novidade seguiu-se o achado em Notting Hill, onde uma lojinha azul, como a felicidade, convidava a entrar, pela cor e pela miscelânea de aniversário que me acenava da montra (era dia de aniversário e já tinha recebido uma base para copos de um vendedor de rua). Foi assim que conheci a Bird & Blend: um catálogo de sabores insólitos, cujo encantamento começa, como manda a sabedoria, pelos nomes, palavras líquidas que dá vontade de saborear, seja como refresco de verão, seja no aconchego das noites alumiadas por um livro.

         Trouxe comigo a caixa de aniversário, onde, entre outras surpresas que não desiludiram, não faltava o chá a saber a bolo. Mas o regresso não foi uma despedida. A relação com a marca continuou à distância, quando descobri o clube de chá mensal: uma subscrição que traz a sorte, a surpresa e o sabor até casa e me deixa ser outra vez a criança à espera de um furo, com a confiança de quem ainda se dá ao desconhecido de olhos fechados.

 

1746631431825.jpg

 

23
Jan25

Espadas, oito

Sónia Quental

8 de Espadas.png

À refeição, davam-me os calores na barriga e eu era obrigada a destapá-la. Mesmo sem poder, comia de barriga à mostra, o sítio exato onde me atacavam os calores que mais ninguém tinha. Antes de ser proibido chorar à mesa, era proibido mostrar a barriga e deixar comida no prato, ainda que desse vómitos. Foi assim que comecei a apanhar e a guardar no fundo dela toda a sorte de coisas que não o alimento, por falta de ventilação, entalada em mordaças que só me seguraram por décadas.

Entre a barriga e a garganta, esganando o coração, ficaram os frutos podres e as sementes boas, a torrente de palavras ralhadas quando eu escrevia e gostavam muito, mas só de algumas coisas. Mazinha não podia ser, e as minhas composições faziam as pessoas chorar e não era de alegria. Só não choravam quando eu escrevia para a escola redações e poemas sobre a mãe e era tudo mentira. A verdade era feia. A verdade não era para se dizer – era para enfiar na barriga e aferrolhar no silêncio. A verdade cheirava a bolas de naftalina.

 

Imagem: baralho Morgan-Greer

31
Out24

Bonecos

Sónia Quental

 

         Sinto-me tremer até à unha quando tecem louvores à simpatia de alguém. Entre o falo ou não falo, resisto ao papel de educar gente graúda até que, com os óculos invisíveis na ponta do nariz, um peso bem real, murmuro a contragosto: “Simpatia não é virtude. Não falta charme aos psicopatas”.

          Não ouvem. Admiro a habilidade que temos em ver o que queremos, ouvir o que interessa e pôr o resto em mute enquanto treinamos o assobio em mi maior. Quanta ginástica não se pratica para manter uma praia de ficções intacta, sem perda de um grão de areia. Pedem-me a pá de plástico e o ancinho. Fico-me estátua a apreciar os gestos alucinados de construção com que uma criatura adulta cava um chão impercetível, no sítio da areia molhada a imitar a solidez. Não gosto de brincar ao faz de conta, mas também não quero ser a desmancha-prazeres que dá má nota ao esforço, mesmo que o mérito seja nulo.

         Houve vezes em que tentei fazer de conta, quando a idade era própria e tinha bonecas (poucas), roupa à medida e um fogão em miniatura. A imaginação regalava-se com os “bons dias”, “se faz favor” e “obrigada” que dizia com sapatos de senhora, mesmo que fosse a boneca a calçá-los. Ser grande era poder ir a uma loja fazer compras de salto alto.

      Desde que o sou, pasmo com a confusão oblíqua de todos os que reduzem a educação e respeito àquele “bom dia” sacramental que ofende quando não vem. Gente em modo boneco, que fala para se ouvir falar e que regista no bloco de notas do telemóvel quantos agradecimentos lhe devem e todas as vezes que fulano ou sicrano falhou o “se faz favor”. O inchaço lento do peito pelos despeitos acumulados derrete rápido com um gesto de simpatia, sem olhar à conveniência ou à proveniência. Quanto ressentimento rijo se dissolve com um “bom dia” distraído!

 

04
Set24

Selvagem

Sónia Quental

 

         Estava no meu primeiro exílio, a colónia de férias, quando a primeira banda sonora me fechou a infância, entranhando-se no nevoeiro de um abandono com hora marcada. Todas as tardes, o bar da praia fazia soar a música “Nasce selvagem”, toada para uma cria que não fazia parte da ninhada e não sabia que “selvagem” era palavra que lhe descrevesse a vergonha.

         Compreendo agora que foi a forma mais fácil de me dizer que vinha para atravessar a lonjura, deixar família, amigos, trabalho, vocação para trás. A forma mais melódica que havia de me contar que ia passar a vida a ir embora, a mim, que tinha medo de bruxas, gente desdentada e mulheres com pelos nas pernas (a minha mãe era esteticista, por isso eu reparava sempre nos pelos). Não se podia recorrer aos profissionais dos oráculos para entregar a mensagem, por isso ela veio cantada pelos ares de um verão sem sol nem azul.

         Virgem de passado e com o coração mais ou menos ileso, estava longe de compreender palavras como “rotina” ou “profissão”. Mas nos Perdidos e Achados nunca disseram o meu número e eu despertencia cada vez mais. Não era de ninguém, também não era minha. E não parava de nascer, prematura, de encontrar novos exílios que cantavam a mesma canção, até que parei para ouvir. E descobri-me selvagem no “não” que trago pendurado na boca desde que aprendi a falar. Todas as vezes que aprendo a falar, o começo é com a mesma palavra, a que me tentaram fazer engolir, com medo da sombra que as palavras projetam. É nela que me enrosco, outra vez feto, cada vez mais minha.

 

 

04
Abr24

Cura para a insónia

Sónia Quental

Lembro-me de quando aprendi a fazer aviões de papel (a versão simples e a elaborada), da bola que fiz pela primeira vez com a chiclete e do vizinho que me ensinou a assobiar com os dedos. Guardo a imagem fixa dos pirilampos que apanhava e agasalhava na mão, atinando já de pequena que precisava de secreta luz para me fazer notar. Fora essas estreias, todas antes dos 10 anos, as Peta Zetas na boca e o “f” minúsculo desenhado na perfeição, desde então tem sido sempre a descer. Não houve outra habilidade que me fizesse sentir igualmente capacitada nem primeira vez que voltasse a ser a primeira: a face da Terra era já conhecida e o poço do furor literário praticamente secou.

Foi por isso que atirei as febres lá para o alto e que passei a aspirar ao impossível: transformar chumbo em ouro, achar a galinha cor-de-rosa já aqui mencionada, encontrar o ponto certo do molho de mostarda e mel, curar a doença mental no mundo, conhecer a identidade do Batman. São esses os motivos da minha insónia. Com tanto que fazer, não esperem que me deixe deter por políticos a distribuir pevides na rua, quais testemunhas de Jeová convertidas à pressa.

Desde os tempos da Rua Sésamo que sei que é preciso alguém para martelar, visto não podermos ser todos astronautas nem mediadores imobiliários. Assimilei a mensagem e peguei no martelo, mas não escolhi madeira barata. Canso os braços nas noites brancas, porque é preciso torná-las mais brancas e as noites não são compassos de espera. É nelas que o trabalho se afunda, que a vigília se afia. Se caio no sono, há um cão que me morde as canelas para os olhos abrirem.

Os pirilampos viajaram comigo para alumiar a madeira enquanto cavo novos veios de luz. Tudo para que os olhos do Amor se voltem uma vez para mim: não me importo de ser invisível desde que brilhe no breu.

 

01
Jan24

A galinha cor-de-rosa

Sónia Quental

 

A minha avó das Corgas tinha coelhos, vacas e galinhas. Costumava vê-la a dar erva às vacas e a ir buscar ovos ao galinheiro. Um dia, eu disse à minha tia favorita que tinha visto uma galinha com penas cor-de-rosa, comentário recebido com a candura de quem se desacredita dos absurdos perfeitamente lógicos que saem da boca de uma criança. Tanto foi que a história se espalhou e desde então a minha avó perguntava-me sempre pela galinha cor-de-rosa, que não voltei a pôr os olhos em cima.

Pus empenho em encontrar a galinha, quanto mais não fosse por uma questão de honra, algo que as crianças não dispensam. Não podia desdizer-me nem apresentar provas e devia ser das poucas que não queriam a Galinha dos Ovos de Ouro: só pedia uma cor-de-rosa, que pudesse apontar em triunfo para ser levada a sério.

Até que começaram a diagnosticar-me excesso de seriedade e uma vez me perguntaram:

           

- Porque é que és tão triste?

           

Tinha deixado a galinha noutro troço da infância, mas talvez lhe tivesse ficado o fantasma. Em vez de chamar estúpida à pessoa por fazer uma pergunta daquelas, fiquei ainda mais séria, a cismar no verbo “ser”, em vez de “estar”, que me traçava todo um destino, e eu que tinha uma galinha para achar e ainda nem sequer gostava de Português.

Vultos diferentes deram eco à mesma pergunta ao longo do tempo, variações poucas. Porque és tão séria, tão triste, porque não vês connosco a novela. Quando perguntavam pelas costas, a malícia tinha um vocabulário mais expressivo, mas sempre a pender para o mesmo lado. Nem eu sabia que era enjoada nem as pessoas que eu tinha uma galinha atravessada na infância. No hard feelings.

Depois, o meu primeiro namorado a sério, que também me achava séria, cancelou o contrato vitalício antes do fim da garantia, porque, dizia, eu tinha um segredo que ele nunca conseguira decifrar. Os mistérios a resolver já eram muitos e agora mais este, que veio juntar-se à galinha lá no topo e me acusava outra vez de males de que eu não sabia sofrer.

Por estes dias, ao preparar a lista de desejos para o Ano Novo, eles lá estão, vivinhos da Silva, e eu a copiá-los de novo, com uma letra desacostumada do papel, “Achar a galinha e o segredo”. Imagino esse tal namorado, que teve morte prematura (aqui é à letra, não é figura de estilo), a abanar a cabeça do Além enquanto digito ao Leo, nas primeiras horas do ano, “De que cor são as penas das galinhas”, a julgar que a galinha sou eu.

 

Porta azul.jpg

Fotografia: 2020 © Francisco Amaral – Todos os direitos reservados

 

24
Nov23

Maçã cozida

Sónia Quental

Não sentia o amor à minha volta. Não o cheirava. Não lhe conhecia os passos no escuro. O mais perto disso era a maçã cozida que me levavam à cama quando estava doente, por isso gostava de estar doente, exceto pelo arroz branco. Não me importava de ter febre. Também podia fazer palavras cruzadas e descansar de ser adulta.

Pensei que talvez fosse a luz de presença no corredor. Acreditei que o amor podia muito bem ser o Pai Natal, que aparecia uma vez por ano, até decidir apanhá-lo no ato (e não era). O mais próximo que cheguei de tirar a sorte ao amor foi com os brindes do bolo-rei. Até que o bolo-rei deixou de ter brinde e só trazia a fava.

Momentos houve em que achei que o amor era aquele que ficava com o pescoço e as asas do frango e nos deixava a carne tenra. Mas, quando o procurava, tinha a cabeça enfiada no jornal ou o comando da TV na mão. Mandava-me calar. Era um amor que não me olhava nem ouvia, exceto quando eu chorava, o que não podia, especialmente à mesa, onde o amor era uma côdea em que ninguém pegava. A digestão em família não podia ser perturbada nem a solenidade de quem tinha a garganta fechada. A minha também ficou, mas foi com as lágrimas entaladas.

Animei-me quando julguei que o amor era chá de menta, porque só lhe conhecia os picos e a expetoração. Pensei ter encontrado a fórmula, mas não. Era mais como um bolo de arroz seco, que se esfarelava e só deixava migalhas.

Eu cá gostava de chantilly e morangos. Eram assim os meus bolos de aniversário, vermelhos e brancos, de um requinte que só eu via. Talvez tenha sido a associação que me fez mais tarde pensar que, se eu fosse uma sobremesa, seria um cheesecake. É óbvio que pelo amor. E porque a base de bolacha era sólida. Não se desfazia!

O primeiro bolo que fiz para o amor era de iogurte, mas ele preferia o de natas. Nunca achei a receita certa, não por falta de tentativa. Estou cansada de cozinhar. Prefiro a maçã cozida.

 

Vela à janela (03.12 (2).jpg

 

Fotografia: 2018 © Francisco Amaral – Todos os direitos reservados

 

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